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Foto/Divulgação

Com a temática “Ialodês e Jacinta na vida e na literatura de Teixeira e Sousa”, evento propõe a disussão sobre o espaço para a mulher negra na sociedade

No intuito de fortalecer o verdadeiro local da mulher negra nas obras de literatura, nas mais diversas artes e na sua própria apropriação, potência e luta para estar à frente e garantir seus direitos, o tema “Ialodês e Jacinta na vida e na literatura de Teixeira e Sousa”, vai compôr a 33ª edição da Semana Teixeira e Sousa que acontece entre os dias 21 a 28 de março de 2024, em Cabo Frio. Os últimos detalhes da programação estão sendo definidos e serão divulgados até o fim da semana.

A Semana Teixeira e Sousa faz parte dos calendários oficiais de eventos do município (Lei Municipal nº 1.106/91 ) e do Estado do Rio de Janeiro (Lei Estadual nº 6.290/12). Em suas obras, Teixeira e Souza já levantava indagações sobre as condições apropriadas para as mulheres daquele tempo.

Em 1952, segundo Sousa, “Um juiz nega à sua pupila a permissão de casar com um pretendente pobre, se ela é rica; e nem o juiz quer saber se os dois se amam; mas a dá imediatamente a um pretendente rico, como ela!” (SOUSA, 1853, p. 12). Aqui, o autor indignava-se com as injustiças que a mulher sofria e com o passar dos anos, virou uma evidência a luta pelos direitos igualitários da mulher que segue em constante evolução e em progresso.

Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa foi um escritor, poeta e dramaturgo cabo-friense, pioneiro do romance brasileiro. Filho do comerciante português Antônio Gonçalves, e de Ana Teixeira de Sousa, ele foi autor da obra “O Filho do Pescador”. Em 1855, Machado de Assis exaltou a obra lírica de Teixeira e Sousa, chamando-o de “gênio americano”. Falecido em 1861, aos 49 anos, Teixeira e Sousa inspirou Machado, que escreveu um longo poema dedicado ao escritor, que lhe ensinara o ofício da tipografia.

Sobre Jacinta

Jacinta compõe o pensamento do escritor para além do seu tempo, sobre o papel e a luta da mulher na sociedade da época em que viveu (1812 – 1861). O autor escreveu diversos artigos nos jornais da época sobre a questão da mulher, textos com indagações, defesa e comprometimento da luta feminina para alcançar seu local de fala e escolha. Jacinta é uma negra descrita por ele no livro “As Tardes de Um Pintor” que vai da descrição do fenótipo da personagem, até o seu tom de pele, olhos e sua personalidade.

Sobre Ialodês

É um termo da língua Iorubá utilizado pelas mulheres que detém a posição de representar outras nos mais variados assuntos. O resgate do termo, faz referência às diversas maneiras de organização que tiveram relevância nas ações de resistência à escravização. Mais tarde foi sendo apropriado para a reafirmação da incidência das mulheres negras na política e nos diferentes espaços públicos.