A Associação Brasileira do Sono explica como o cigarro eletrônico afeta o sono e provoca efeitos negativos principalmente aos jovens.
Visualmente atrativo, pode ser descartável ou recarregável e exala um vapor com um cheirinho quase sempre bastante agradável. O cigarro eletrônico vem conquistando um número cada vez maior de adeptos. Se antes era considerado um caminho para reduzir o tabagismo, hoje já se sabe que ele é tão viciante quanto o cigarro tradicional, além de trazer danos significativos à saúde.
Aqui no Brasil, uma pesquisa realizada em 2022 pela Ipec, Inteligência de Pesquisa e Consultoria, mostrou que há 2 milhões de usuários de cigarro eletrônico. Em 2018, eram 500 mil. E, o mais alarmante: o estudo de monitoramento dos fatores de risco para doenças crônicas no Brasil, o Covitel 2023, detectou que 25% dos jovens de 18 anos estão fazendo a primeira experiência com tabaco por meio de cigarro eletrônico. Sim: o dispositivo é presença constante não só entre os jovens adultos, mas também nas rodinhas de adolescentes.
De acordo com a Sociedade Brasileira do Sono (ABS), as noites de sono podem ser impactadas com o uso regular de cigarros eletrônicos. A nicotina é uma substância psicoestimulante, tal qual a cafeína. Seu consumo deixa o usuário desperto, ligado, o que dificulta a progressão ao sono. A fissura, ou seja, a necessidade consumir a nicotina presente no cigarro, pode causar ansiedade, e um dos efeitos é a privação do sono. Há estudos, ainda, que avaliam um efeito negativo da nicotina sobre a secreção de melatonina, o que prejudica todo o nosso ritmo circadiano.
Os efeitos negativos no sono não param por aí. Substâncias presentes nas fumaças e vapores inalados têm poder inflamatório e lesivo na via aérea superior, o que torna essa região mais propensa ao colapso. Consequentemente, contribui para o desenvolvimento ou agravamento dos quadros de ronco e apneia obstrutiva do sono.
Pensando especialmente nos jovens e adolescentes, os maiores consumidores de cigarro eletrônico, o sono inadequado vai afetar o desenvolvimento físico, mental e emocional. O sono regula a liberação de hormônios do crescimento, que são essenciais para o desenvolvimento físico. Ele ainda está diretamente ligado à função cognitiva, incluindo a memória, o aprendizado e a concentração.
A saúde mental também pode sofrer abalos. O sono inadequado ou insuficiente impacta diretamente na regulação do humor, bem como na tomada de decisões. Jovens com problemas de sono têm mais irritabilidade, impulsividade, aumento da sensibilidade emocional e se tornam mais propensos a conflitos e comportamentos agressivos, além de transtornos mentais como a ansiedade e depressão.
Sobre a Associação Brasileira do Sono
https://www.instagram.com/
Fundada em Agosto de 1985 com o nome Sociedade Brasileira do Sono, a instituição congrega todos os profissionais brasileiros que estudam sono, incluindo desde áreas experimentais básicas, Biólogos, Técnicos de Polissonografia,
Com o passar dos anos a sociedade se adaptou aos desafios e, desde 2005, passou a se chamar Associação Brasileira do Sono (ABS). Agrega também sob o mesmo teto e com direção compartilhada as sociedades co-irmãs: Associação Brasileira de Odontologia do Sono (ABROS) e Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS), ambas criadas para atender necessidades específicas de dentistas e médicos.
A ABS é reconhecida mundialmente. A associação promove inúmeras atividades, incluindo cursos, reuniões com a sociedade civil e com os gestores de políticas públicas, além de promover diálogo constante com a sociedade sobre os mais diversos temas relacionados ao sono. A Associação Brasileira do Sono é responsável também pelo periódico científico Sleep Science, revista publicada em inglês com reconhecimento mundial, recebendo artigos científicos originais de todas as partes do planeta.
As regionais do sono estão presentes em 22 estados do Brasil.
Fonte: Renata Sbrissa