“Dia D contra a dengue! Faço um chamamento a toda a sociedade para uma grande mobilização nacional neste sábado, 2 de março. Vamos reservar nossos 10 minutos contra a dengue para prevenir e eliminar os focos do mosquito, um momento de atenção dos governos e de todos nós”, convocou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Nísia referiu-se à ação nacional encampada pelo governo Lula, com a participação de estados e municípios, para combater a dengue em todo o país.
O chamado Dia D é resultado de uma portaria do Ministério da Saúde (MS), publicada na terça-feira (27), que autorizou o repasse de verbas para reforçar as ações contra a dengue.
Pioneiro na vacinação contra a dengue, o Brasil iniciou neste mês de fevereiro a imunização de crianças de 10 e 11 anos. Até o final do ano, a campanha será ampliada para adolescentes de 12, 13 e 14 anos residentes nas 521 cidades escolhidas. A seleção das cidades pelo MS é baseada na alta incidência da dengue tipo 2 (Sorotipo 2), que causa formas mais graves da doença.
Os lotes iniciais da vacina foram direcionados para áreas de maior risco, devido às limitações na produção e oferta do imunizante, desenvolvido pelo laboratório Takeda. Com a entrega de mais doses, a vacinação será estendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O Ministério da Saúde adquiriu 5,2 milhões de doses para este ano e planeja comprar mais 9 milhões em 2025. A vacina Qdenga, como é comercialmente conhecida, foi registrada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023, e sua incorporação ao SUS foi anunciada em dezembro do ano passado.
O Distrito Federal (DF), que acumula o maior número de casos no Brasil, vai receber R$ 5 milhões e 500 mil reais para ações de combate à doença. O DF tem 3.552 casos por 100 mil habitantes em média. Outras nove cidades em quatro estados vão receber do governo Lula R$ 17 milhões de reais.
Atualmente, seis estados, incluindo o Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Acre, Goiás e o DF declararam situação de emergência devido ao aumento dos casos de dengue. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, atribui esse aumento a fatores ambientais e à circulação de vários sorotipos do vírus em áreas anteriormente não afetadas.
“A dengue começa principalmente nas capitais, grandes cidades, o fator diferencial que eu quero chamar atenção aqui é o fato de nós termos agora em cidades médias e cidades pequenas também grande número de casos, em locais onde não havia antes a infecção por dengue, isso significa mais interiorização da doença, mais dispersão e portanto um desafio a mais para os sistemas de saúde lidarem”.
Combate nas escolas
O combate à dengue também envolve as escolas, por meio do projeto “Combate ao Mosquito nas Escolas”, uma parceria entre os Ministérios da Saúde e da Educação.
O ministro da Educação, Camilo Santana, detalhou as ações a serem realizadas nas escolas para conscientizar os alunos e suas famílias sobre a prevenção da doença.
“A ideia é, nas próximas 20 semanas, fazer toda a mobilização numa rede, inclusive com a orientação de chamar trilhas de ações. Toda semana, o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação irão informar ações para aquela semana e aí as escolas vão realizar gincanas, vão fazer murais, atividades dentro da escola, envolver a comunidade do entorno da escola, levar as crianças, levar informações para as suas casas, para os seus pais e para os seus familiares”.
Para ampliar e agilizar a organização de estratégias de vigilância, o Ministério da Saúde instalou um Centro de Operações de Emergência – COE Dengue, em atuação coordenada com estados e municípios. A medida permite uma análise minuciosa, porém ágil, dos dados e das informações para subsidiar a tomada de decisão e definição de ações adequadas e oportunas para o enfrentamento dos casos.