Desde abril de 2024, o Detran.RJ oferece um serviço especial de emissão de documentos de identidade para moradores de rua na Central do Brasil, no Rio de Janeiro. O serviço funciona no Centro de Atendimento Integrado a Pessoas em Situação de Rua (Cipop), em projeto criado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) com o apoio do Governo do Estado, Prefeitura, outros tribunais de Justiça, Defensoria Pública, OAB-RJ, e órgãos federais como o INSS e o Sistema Nacional de Empregos (Sine), entre outros.
O Cipop funciona diariamente, das 11h às 16h, em um grande espaço na Rua Senador Pompeu, atrás da Central. Nos dois boxes da Diretoria de Identificação Civil do Detran.RJ são realizados, em média, 385 atendimentos por semana. São pessoas que, ao receber seus documentos, conseguem recuperar a cidadania perdida em algum momento da vida. Com isso, têm acesso ao mercado de trabalho e portas abertas para reinserção na sociedade.
A Central do Brasil foi escolhida para sediar o Cipop por ser a região que, de acordo com o Censo de 2022, tem o maior número de pessoas em situação de rua na cidade. São muitos os relatos de cidadãos que, ao tirar seu documento de identidade, conseguem dar um novo sentido à vida. “O Detran.RJ exerce um papel importante para que essas pessoas possam resgatar a cidadania. É preciso parabenizar o Tribunal de Justiça por esse projeto e pela parceria que deu muito certo”, diz o vice-presidente do Detran.RJ, André Mônica.
A atenção especial à pessoa em situação de rua é motivo de comemoração para o porteiro Gilberto Ferreira da Silva, de 59 anos. Levado a morar nas ruas após se separar da esposa, ele encontrou no Cipop o acolhimento necessário. Com a identidade emitida pelo Detran.RJ, conseguiu outros documentos e teve acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC-Loas), do INSS. Por último, deu entrada na aposentadoria.
“Cheguei aqui e me ajudaram em tudo. Agora eu moro em um abrigo, tenho o benefício e aguardo a aposentadoria, que foi encaminhada pelos atendentes aqui do Cipop. Já penso até em ter um cantinho para morar quando conseguir me aposentar”, disse Gilberto, ao ser entrevistado em outubro de 2024.