“Fiquei tetraplégico aos 25 após um mergulho na praia. No fundo daquela região do mar existiam pedras e não areia. Durante muito tempo eu só mexia os olhos”, destacou Hildemar Miranda (58), fundador da ONG Centro de Vida Independente de Macaé. Com a chegada do verão e início das férias, o número de ocorrências causadas por mergulho em águas rasas aumenta. Segundo a Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e o Ministério da Saúde, nesta época do ano, acidentes como estes passam da quarta para a segunda principal causa de lesão medular no país, atrás apenas dos acidentes de trânsito. Neste verão, a Prefeitura de Macaé, por meio da secretaria adjunta de Defesa Civil, instalou placas de alerta na Praia de Imbetiba e em pontos estratégicos da região serrana para evitar riscos de acidentes.
De acordo com o secretário adjunto de Defesa Civil, Joseferson de Jesus, o impacto da queda pode trazer sequelas graves e até mesmo a morte. “Entre as principais consequências estão a tetraplegia e paraplegia, além de alterações neurológicas, perda de sensibilidade, fraturas, traumatismos e perda de força muscular”, destacou o secretário.
Em 2005, no Frade, região serrana de Macaé, Sebastião Otavio do Nascimento (37) mergulhou e bateu de cabeça em um banco de areia e, com isso, ficou tetraplégico.
“Eu tinha 17 anos quando aconteceu o acidente e conhecia bem o local. Frequentava a Cachoeira desde pequeno e isso não impediu que o pior acontecesse. Fraturei a quinta e a sexta vértebra cervical e tive uma lesão medular. É importante ficar atento e evitar mergulhos em todos os locais, até mesmo aqueles que a gente mais conhece”, destacou o assistente de logística.
Ainda segundo Joseferson, para evitar acidentes como estes, o ideal é se certificar sobre a profundidade e também evitar mergulhos de cabeça. Entre outras dicas, o senso comum é evitar mergulhar em águas turvas, não consumir bebidas alcoólicas antes de entrar na água e evitar empurrar amigos para dentro d’água.