No próximo dia 14, a cineasta brasileira Marta Torres, que tem sido reconhecida internacionalmente por sua contribuição à arte, ciência e cultura, embarca para o “The North Film Festival New York City”, no Harlem, um dos grandes centros culturais de Manhattan, em Nova York. Na programação, a brasileira exibe um de seus filmes, o premiado “A Missão Encantada”, que concorre na categoria de melhor curta internacional.
“É levar a cultura ancestral da América do Sul para uma programação pautada na diversidade norte-americana”, adianta a cineasta. Com estudos na linha de bioética de proteção, aliando conhecimentos ancestrais à informação através da ciência, só em outubro, Marta foi premiada no 8 & Halfilm Awards nas categorias de melhor curta, atriz, elenco e produtora independente, com a produção “Dividir para Saquear”, além de ser agraciada com os títulos de melhor documentário de arte e direção original, com a obra que será exibida nos Estados Unidos.
No mês anterior, a alagoana recebeu destaque com o troféu Akira Kurosawa, com como melhor direção, melhor curta documentário e melhor edição. “O curta tem sido premiado em categorias tão variadas, sendo selecionado em países de culturas tão diferentes, que faz dela uma obra que se expande”, diz a diretora, que já teve seus trabalhos exibidos no Japão, China, México, Coreia, Estados Unidos, onde passou por Nova York, Houston, Maui e Los Angeles, além de Cuba, Alemanha e França.
Uma das grandes programações da qual Marta fez parte foi o festival de Asolo, na Itália, considerado um dos principais do gênero de filmes de arte na Europa e conheceu o Marchet de Cannes, como uma das poucas estreantes premiadas, com um filme produzido de forma independente.
Com abordagem que explora visualmente o conhecimento ancestral sul-americano, narrativa documental e o toque experimental, “A Missão Encantada” traz cores vibrantes e vistas panorâmicas, revelando conexões com as origens familiares da artista. O curta conta com trilha sonora original de Lindemberg Oliveira e edição de Daniel Garcia, trazendo como uma das referências as brincadeiras da mãe da artista, que durante a infância vivida no sertão do Seridó, no Nordeste Brasileiro, usava a espiga de milho como boneca.
Sobre a diretora
Alagoana que se define como carioca de coração, Marta Torres teve formação acadêmica relacionada ao Direito, onde se graduou e cursou mestrado. No campo audiovisual, investiu em treinamentos e aulas de capacitação voltadas à indústria do cinema, aprendendo técnicas de roteiro, dramaturgia e direção. A cineasta iniciou as primeiras produções junto a amigos em 2012 e aperfeiçoou seus conhecimentos na Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Europa, Estados Unidos e Cuba. A artista ainda lançou o livro “Direito e arte no golpe de 2016 no Brasil” e protagonizou a peça “As pequenas raposas” de Lilian Hellman, dirigida por Harildo Déda, em Salvador, além de participar de uma montagem de Shakespeare, na Alemanha.