Nos últimos meses as autoridades de saúde do país estão em alerta por conta do grande aumento nos casos de coqueluche em todo o Brasil. Essa é a segunda maior taxa de incidência da doença registrada desde o ano 2000, entre crianças de 10 a 14 anos, superada apenas pelo pico em 2014. A queda nos índices de cobertura vacinal é apontada como uma das principais causas para o ressurgimento da doença, o que reforça a importância da vacinação para o controle e eliminação de surtos de doenças infecciosas, como a coqueluche.
Para tirar todas as dúvidas acerca da doença, veja a seguir alguns mitos e verdades esclarecidos pela infectologista e pediatra, Dra Ana Paula Burian.
A coqueluche é uma doença que pode durar até 3 meses, causando grande impacto na saúde de vida das crianças e responsáveis e, apesar de serem poucos os casos fatais, é uma infecção respiratória que pode evoluir e causar a morte de bebês e crianças¹, com maior risco entre aqueles nascidos prematuros. Por nascerem antes da hora, eles possuem o sistema imunológico pouco desenvolvido e são mais suscetíveis a uma variedade de doenças², incluindo a coqueluche. Sendo assim, é de extrema importância a vacinação desses bebês.
A melhor forma de prevenir a doença e suas complicações é por meio da vacinação e o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o imunizante gratuitamente para bebês aos 2, aos 4 e aos 6 meses de idade, vacina pentavalente de células inteiras. Depois, uma dose de reforço aos 15 meses e um segundo reforço aos 4 anos³, desta vez a tríplice bacteriana, que protege contra difteria, tétano e coqueluche.
No SUS, para os prematuros menores de 33 semanas de gestação e/ou 1,5Kg, são indicadas as vacinas acelulares combinadas, pois elas oferecem menor possibilidade de eventos adversos e, em uma única apresentação, são capazes de estimular a resposta imunológica contra mais de um agente infeccioso, vírus ou bactérias4. A vacina acelular hexavalente, por exemplo, protege contra Difteria, Tétano, Haemophilus influenzae tipo b, Poliomielite, Hepatite B e Coqueluche.
Embora a coqueluche seja mais comum e mais perigosa em crianças pequenas, especialmente aquelas com menos de 6 meses de idade5, ela pode afetar pessoas de todas as idades. Adolescentes e adultos também podem contrair a doença, muitas vezes com sintomas mais leves, mas ainda podem transmitir a bactéria a outras pessoas.
Altamente transmissível, assim como a maioria das doenças respiratórias, a coqueluche se espalha facilmente de pessoa para pessoa por meio de gotículas respiratórias produzidas ao tossir ou espirrar.
Crianças e principalmente bebês com menos de seis meses são mais suscetíveis às complicações da doença como pneumonia, convulsões, comprometimento do sistema nervoso e até a morte¹.
Além disso, aqueles nascidos antes das 37 semanas de gestação, chamados de prematuros, correm ainda mais risco de terem complicações, já que possuem o seu sistema imune ainda em formação e, portanto, são mais vulneráveis. Por isso é de extrema importância que pais, mães e cuidadores, se atentem ao calendário vacinal dos filhos.
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Referências: