Atualmente, os medicamentos para emagrecimento disponíveis no mercado atuam no cérebro, proporcionando uma sensação de saciedade. No entanto, segundo especialistas, esse efeito tende a diminuir com o tempo.
“O tratamento da obesidade hoje se baseia em medicamentos que reduzem a fome, mas o problema é que, com o tempo, o organismo se reequilibra. O paciente perde peso por um período, mas depois há uma estagnação”, explica Licio Velloso, professor e autor de um artigo sobre o tema.
Em uma nova pesquisa, cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e do Centro de Pesquisas em Obesidade e Comorbidades da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) descobriram uma substância chamada NPY, que pode ser uma grande aliada no processo de emagrecimento. O NPY age diretamente nas células de gordura, acelerando o metabolismo e ajudando o paciente a perder peso de forma mais frequente.
“A expectativa para o futuro é que o desenvolvimento de medicamentos que atuem no sistema NPY possa acelerar a perda de peso, aumentando o gasto energético e mantendo a perda de peso a longo prazo”, completa Licio Velloso.
O estudo ainda está em fase experimental e atualmente está sendo testado em animais. “Observamos que animais que não possuem o NPY em neurônios periféricos gastam menos calorias em condições normais”, afirma Bruna Bombassaro, pesquisadora envolvida na pesquisa.
A previsão é de que, se tudo der certo, o produto possa chegar ao mercado farmacêutico em até dez anos.
Fonte: Unicamp